Chiquinha Gonzaga Apresentava Marido como Filho devido ao Preconceito de Idade na Sociedade

Chiquinha Gonzaga e o Seu Relacionamento Interetário

O Sucesso "Ó Abre-Alas" e um Novo Amor, 36 Anos mais Jovem

O sucesso “Ó Abre-Alas”, a primeira marchinha de carnaval da história, foi criado em 1899 enquanto Chiquinha ouvia o ensaio do cordão carnavalesco Rosa de Ouro, no Andaraí. Aos 52 anos, já avó, mal sabia ela que a canção se tornaria um marco em sua carreira. No mesmo ano, a maestrina conheceu um novo amor, o jovem português João Batista Fernandes Lage tinha apenas 16 anos, 36 anos mais novo do que ela. Engataram romance e viveram juntos até a morte da compositora, em 1935, aos 88 anos.

Chiquinha adotou o próprio marido. A maestrina apresentava seu terceiro (e último) marido como filho. Para evitar comentários, reações e críticas etaristas da sociedade preconceituosa devido à grande diferença de idade entre os amantes, Chiquinha preferiu fingir que seu companheiro, João Batista, era um filho adotivo. Ele passou assinar seu nome como João Gonzaga. Assim, a compositora pôde viver o seu grande amor evitando escândalos na sociedade, protegendo sua bela carreira. Por conta disto, em 1902 o casal mudou-se para Lisboa, Portugal. Suas filhas Maria e Alice, que exigiam a ajuda financeira de Chiquinha, fizeram chantagens por causa do relacionamento interetário da mãe. Os amantes voltaram ao Brasil camuflados, nunca assumiram de fato o relacionamento amoroso, que foi descoberto após a sua morte através de cartas e fotos do casal. Ela morreu ao lado de João Batista Lage, seu grande amigo, parceiro e fiel companheiro, seu grande amor, em 1935, quando começava o Carnaval. Foi sepultada no Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi. Após a morte da compositora, João chegou a conseguir um registro de filho dela com o primeiro marido Jacinto, em 1939.