Camelo Camelo e Mallu Magalhães São Vítimas de Preconceito Interetário
Camelo Camelo e Mallu Magalhães São Vítimas de Preconceito Interetário de Etaristas
Camelo Camelo e Mallu Magalhães Sofrem Preconceito Interetário de Etaristas
O preconceito interetário (ou preconceito inter-etário) é uma forma de preconceito etário no qual se discrimina os parceiros envolvidos num relacionamento afetivo, amoroso ou sexual baseado na diferença de idades entre eles ou na idade de um deles. Ser antipreconceito interetário (anti-preconceito inter-etário) é uma postura saudável de uma pessoa que deseja uma sociedade mais humana e menos tóxica e preconceituosa.
Este artigo foi motivado pela leitura do texto "Por um feminismo que ouça Mallu antes" de Marjorie Rodrigues[1]. A Marjorie se diz feminista e se mostra preocupada com o preconceito etário contra o casal Marcelo Camelo (Marcelo de Souza Camelo) e Mallu Magalhães (Maria Luiza de Arruda Botelho Pereira de Magalhães). Talvez ela desconheça que feministas sempre foram preconceituosas, o etarismo contra Mallu e Camelo não é algo pontual. Um movimento que se diz contra preconceitos é cheio de militantes preconceituosas que acabam reproduzindo o machismo que dizem combater.
Para que o feminismo deveria ouvir a Mallu Magalhães? O feminismo é algum tribunal inquisidor? A Marjorie Rodrigues, talvez na sua ingenuidade, não se deu conta de que sua afirmação denuncia a postura autoritária de feministas ao negarem espaço para a fala e os sentimentos da Mallu. Feministas se dizem pela liberdade feminina, mas ficam querendo tirar a autonomia das mulheres e tutelá-las ao seu bel-prazer, como os piores machistas fazem. Uma postura reconhecidamente sexista que é, infelizmente, comum no movimento feminista. Querer tutelar mulheres não parece ser o caso da Marjorie que se diz feminista. Mas, é o caso de várias pessoas que se dizem feministas (não apenas mulheres).
Há feministas (ou machistas?) que falam "o desenvolvimento sexual para homens é diferente do das mulheres e a Mallu era vítima sim de um relacionamento abusivo e pedófilo". Além dessas feministas banalizarem os conceitos de pedofilia e abuso, colocam o desenvolvimento sexual masculino como mais precoce ignorando que, na realidade ocorre o contrário, mulheres que se desenvolvem mais precocemente. Compare rapazes de 12 anos com moças de 12. Enquanto a garota está no final do estirão da adolescência, o garoto ainda está no começo. A pubarca ocorre antes nas mulheres. A moça de 12-13 anos já tem força de mulher adulta, enquanto o rapaz de mesma idade ainda está longe de alcançar a força de um homem adulto. Mulheres amadurecem antes dos homens. Pesquisas indicam que o cérebro da mulher é pelo menos 10 anos mais maduros: "O resultado das observações mostrou que este processo começa aos 10 anos nas mulheres, mas nos homens não ocorre antes dos 20."[3]. Pode-se concluir que esse feminismo que nega a sexualidade e o desenvolvimento feminino reproduz o machismo que dizem ser contra. É a velha tática machista de infantilizar e tratar a mulher como incapaz como forma de reprimir suas sexualidade e liberdade.
O feminismo, do século XIX e início do século XX, era publicamente racista (hoje há o racismo velado). Marjorie Rodrigues já pensou em alguém pedir para feministas brancas ouvirem mulheres negras? Mulheres negras teriam que se humilhar para poder ter sua carteirinha de feminista e não sofrer racismo? Claro que não! Independentemente do que as feministas brancas pensem, as mulheres negras devem ser respeitadas. E se um movimento se propõe a representar mulheres, não pode ser racista e nem etarista. É para lamentar que haja mulheres como Stephanie Ribeiro, que se diz feminista ativista negra, reproduzindo etarismo e racismo estruturais.
Marjorie Rodrigues parece não saber que o feminismo sempre foi cheio de preconceitos. As feministas nem queriam ter direito ao voto, porque era conveniente deixar responsabilidades, como essa, para os homens. Afinal, se um candidato eleito fizesse besteiras, a culpa seria apenas dos homens, não de mulheres. Porém isso mudou quando o voto negro tornou-se uma possibilidade. Para não ficarem para trás nesse direito civil, as feministas passaram a defender o voto para mulheres, as brancas (claro!). Além de apoiar a segregação racial, feministas chegaram a apoiar pena de morte para homossexuais.
O amor não é baseado nos 18 anos ou em idades próximas. Assim, como não é baseado em ser de uma mesma raça ou nível social. Infelizmente, os preconceitos sociais estão aí para promoverem divisões e segregações. Ninguém deveria ser discriminado por ter uma idade diferente, por ser de uma “raça” distinta ou de uma classe social divergente.
Por um mundo que condene o etarismo (preconceito etário), o racismo e a misandria de feministas, não os Camelos, nem as Mallus. A diversidade é normal e necessária para a evolução social humana. O ser humano é um ser social que precisa da diversidade para superar os seus próprios preconceitos. É com a diferença que se aprende e se caminha para uma sociedade melhor.
Não ao preconceito inter-etário!
[1] “Por um feminismo que ouça Mallu antes (por Marjorie Rodrigues)”-https://www.sul21.com.br/opiniaopublica/2015/06/por-um-feminismo-que-ouca-mallu-antes-por-marjorie-rodrigues/ ou https://archive.is/r8pVM
[2] “Caetano Veloso com Paula Lavigne em 1982”, postado pela Paula -https://www.instagram.com/p/B5wB3MQlfdH/ ou -https://archive.is/k0nFv
[3] "Cientistas descobrem por que mulheres amadurecem antes dos homens", Terra.-https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/mulher/comportamento/cientistas-descobrem-por-que-mulheres-amadurecem-antes-dos-homens,084e6776fa013410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html ou https://archive.is/siQIe
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Não seja etarista! O preconceito etário mata.